sábado, 26 de dezembro de 2009

No Velho Oeste 2009

Cowboys chegaram à cidade, com suas pernas arqueadas e suas caras enfezadas, prontas para assustar qualquer um que atravessasse os seus caminhos. Em seus cintos, carregavam cada um dois revolveres. Uns fumavam, outros resmungavam pragas de enxofre que matavam todos os animais rastejantes que se aproximavam.
O bando chegou a cidade. Todos fugiram e trancaram suas portas e rezaram por suas vidas. Os homens haviam chegado, todos os infelizes moradores da pacata cidade rezaram por suas vidas escondidos dentro da proteção de suas casas. O bando se espalhou.

Luís, o cowboy "brutal", decidiu que iria à escola. Lá conheceu a professora e com o braço apoiado sobre a mesa disse - E essa transferência?

Ricardo, o cowboy revoltado, sentou-se no bar, tomou duas doses de Jack Daniel's e disse para os demais presentes - Eu sou mesmo um otario, viado, PAU NO CU, por estar aqui ouvindo está merda de vocês!

Natã, o cowboy menino, encontrou algumas garotas, encostou-se na parede e lançou-lhes um olhar 43 com o cartão de crédito em riste e disse - A academia não forma, formata!

Edmundo, o cowboy recém promovido, andou alguns metros com as pernas arqueadas, chegou a uma vendinha e comprou seu primeiro cigarro e disse - Que porra é essa velho?

Jairo, o cowboy clone de Jesus, andou pela cidade, viu que estava tudo errado, baixou alguns MP3 e distribuiu por ai e disse - Ô véi, porra véi, tipo assim véi, vai mudar sua vida véi!

Paulo, o cowboy dimensional, chegou atrasado pra variar e enchotado através de uma fenda no tempo e espaço com seu violão inseparável e disse - Depois não quer que mande tomar no cu...

Miguel, o cowboy mascote, andou pela cidade e encontrou alguns senhores entusiasmados falando sobre mulheres, se intrometeu na conversa e disse - O cavalo de alguém aqui está com problema na junta homocinética.

Felipe, o cowboy saladeiro, deitou-se numa rede de uma casa qualquer, ascendeu um fumo de corda e disse - Tou mutcho doidooo!

Caio, o cowboy cabritinho, vagou pela cidade com sua camisa repleta de escrituras ilegiveis e com a voz gutural disse - ¢¬¬&¨%$##%#$#*

Silvano, o cowboy chereta, chegou na cidade com seu cavalo caindo aos pedaços. Ele desceu do pobre animal e abraçou todos apertando-os contra a sua grande barriga e disse - E ai véi!?

Matheus, o cowboy desligado, em meio ao tiroteio, ascendeu um cigarro, e disse - É isso ai filho.

E assim, o Velho Oeste jamais foi o mesmo!


- Uma homenagem a alguns dos meus amigos que passei a maior parte de 2009.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Considerações e desconsiderações de momento.

É engraçado, deve ter muitos meses que não escrevo diabo de nada aqui, mas deixei tudo bem claro no meu primeiro post lá embaixo, caso não tenha lido, tanto faz, aposto que você também não irá ler este até o final.
Estou ouvindo neste momento o primeiro album públicado pelo Metallica em 1982, um dos melhores albuns deles, agressivo, violento e repleto de paixão, hoje em dia não fazem mais isso, estão velhos e a industria da musica exige que eles cortem seus cabelos e pareçam ser apenas mais um desse bando de babaca que vendem musicas enlatadas como se fosse qualquer uma dessas coisas que agente bota na geladeira, come aos poucos e depois joga fora para consumir o próximo produto da marca.
Existem muitos que ainda não enlataram seus produtos, mas os heróis envelhecem na vida real e a vida real não quer mais heróis, quer sintéticos que são tão boas quanto um chiclete (com banana) que se masca e cospe. Carregam a bandeira do dinheiro, onde o carater e o espirito pouco importam e sim a tendencia, o momento e o vulgar é a ideologia do chiclete, tem um gosto sintético de qualquer coisa que exista naturalmente, nada novo só aquilo mesmo com uma nova roupagem, o espirito não importa mais, a demência ganha corpo e significado para a massa, pois é fácil de ser vendida e se misturando a cultura e então quando acontecem as calamidades ninguem sabe o que foi, de onde veio e "a juventude está perdida"...
Não vou entrar no mérito de dizer que aquele ou aquele outro é melhor que aquele tal, entretanto a variedade simbólica para se seguir como referencia era algo muito maior (e ainda é aos que sobrevivem até hoje) dos que já foram, as decadas de 80 e 90 nos deu talvez a ultima safra de grandes heróis e mesmo nelas o grande inimigo deles já se erguiam, pois para a mídia quanto mais explosões melhor, quanto mais instantanêos melhor. As vezes me pergunto quem será que marcou nossa decada, pois homens como Martin Luther King , Nelson Mandela, Jhon Lennon, Bob Dylan, Raul Seixas, Zack De La Rocha, Bruce Dickinson, Chico Buarque, Caetano e Gilberto Gil deixaram riquezas imprecidiveis que até hoje não soubemos utilizar e o que fazemos é "eu quero mais é beijar na boca/ e ser feliz daqui pra sempre/ pra sempre!", transformar as amarguras de Bob Marley grande autor de algo original em uma melódia pop para se fumar maconha.
Sei que falar sobre isso é chover no molhado, porém as coisas se tornam gritantes quando entro em converso um pouco com alguem e percebo que quando está dialogando de forma séria ele nota a falta de algo a não ser só uma "vulgaridade por vulgaridade" mas mesmo assim ele concebe aquilo como sendo algo bom. Quanto mais vulgar é e se encaixe na cultura melhor, principalmente dos menos favorecidos, mais é construido um espetaculo de produção por de trás daquilo, glamourisação do estupido e no final das contas o conteúdo é esquecido e todo mundo vai pra "putaria".
Muitos seguem a filosofia do "se não pode competir, junte-se a eles" - não, obrigado meu velho, mas não. Prefiro ser carrancudo com meu jeito mal arrumado e minha cara que dizem ser de marginal, do que me tornar mais um desses muleques da pseudo geração saúde, que não bebe, não fuma, ou faz os dois mas só come salada e diz que é do Greenpeace.
Alguns podem ler até aqui e dizer que sou moralista, pois é, não sou. Sou antietico, canalha, quando caio numa briga é de corpo e alma e se correr o bicho pega e se ficar o bicho come, não indico meu estilo de vida e atitudes a ninguem, não sirvo de exemplo e só dou conselho de ousado. Mas tenho posicionamento e ideologia, tenho algo ao qual seguir e tenho referencias e sei aonde não coloco meus pés e deixo explicito de quem não gosto. Sei quem são meus heróis e argumento porque são, algo corre em minhas veias que me torna o que sou e minha alma está em que eu visto, em meus olhos, em meus gestos, em minha forma de pensar e o mundo jamais irá tirar isso de mim, pois sou incapaz de em um momento se quer de me render ao estado de demência aguda apenas para ser mais um enlatado qualquer sem a capacidade de transcender o atual e ser como seus heróis e assim por sua vez tornar-se o seu próprio herói.



Revolução Violenta

A sociedade falhou em me tolerar
E eu falhei em tolerar a sociedade
Ainda assim, eu não consigo encontrar o que você idolatra
Por dentro, eu ouço os ecos de uma guerra interna

Nada pode tirar o horror de mim
Seu mundo doente, a perda de toda moralidade
Meu ódio cresce forte como minha confusão
Minha única esperança, minha única solução
É a revolução violenta

Revolução Violenta
Revolução Violenta
Razão para o povo destruir

Eu não preciso de uma causa para minha raiva
Apenas desprezo a natureza da raça humana
Quando tudo que vejo é repugnância e ódio
A violência se torna minha única amiga, minha salvação

Quando o amor está perdido, além de seu controle
Uma pálida sombra de luxúria
Não consegue iluminar sua alma
Então mantenha sua fria e amarga ilusão
Não preciso de seu mundo vazio
Minha única solução é a
Revolução violenta

Revolução Violenta
Revolução Violenta
Razão para o povo destruir

Não há mais beleza, está tudo perdido
E a utopia não virá
Confiança eu não sinto, somente dor
E minha mente em chamas ficou insana